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sábado, 24 de maio de 2008

Indignado e envergonhado

Vergonha. É a única palavra que me vem em mente sobre este caso tão absurdo. "Isto é uma vergonha", diria o jornalista Boris Casoy. Sinto-me duplamente envergonhado: por ser baiano e por ser espírita (esse último adjetivo cada vez menos adequado...).

O médium Medrado, aquele que lutou na justiça por casamentos e sacerdócio, agora protagoniza outra infeliz batalha e recorre ao instrumento dos covardes: a censura.

O mais interessante é que Kardec rebateu aos seus críticos, foi censurado como no episódio dos seus livros queimados em Barcelona, mas jamais usou desse instrumento contra seus debatedores. A livre manifestação das idéias é valor inestimável e não pode ser conspurcado por um médium à la Dom Quixote que, ao invés de lutar simplesmente expondo suas idéias, mesmo que absurdas, prefere intimidar usando a falácia dos recursos jurídicos.

Não concordo em nada com as idéias do tal padre no seu livro, muito menos (ou talvez menos ainda) com as idéias desse estranho exemplar "espírita" que realiza casamentos, mas certamente reconheço seus direitos inalienáveis de dizer e publicar o que bem entenderem.

É uma pena, ou melhor, uma vergonha, que um exemplo desse naipe esteja associado ao nome espiritismo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Li atentamente este comentário do Marcos, todavia, é preciso que algo seja melhor esclarecido ao público:
Se contra o Espiritismo ou qualquer outra linha de pensamento é um direito que todo mundo tem; discordar do Espiritismo é normal, utilizar argumentos até mesmo com base na Bíblia, no Alcorão ou em qualquer livro que a pessoa veja como sagrado é também um direito, dizer que não admite e não aceita o Espiritismo... tudo isto é aceitável e tenho certeza absoluta de que Medrado jamais submeter-se-ia a tamanho ridículo em contestar isso. De fato, é ridículo todo e qualquer homem que ainda admite censuras, inquisições, ditaduras e tenta cercear o direito de expressão dos outros.
Mas não foi nada disto que aconteceu na queixa que José Medrado fez ao Ministério Público da Bahia. Ele não reclamou pelo fato do padre Jonas Abib ser contra o Espiritismo, discordar do Espiritismo ou até criticar o Espiritismo; o que ele questionou foi o fato do livro AGREDIR O ESPIRITISMO, mentir acerca do Espiritismo, caluniar o Espiritismo, dizer do Espiritismo o que ele não é, atacar o Espiritismo e, o que é pior, sugerir aos seus fiéis que destrua as coisas espíritas e até mesmo aos espíritas, o que é, sem dúvida alguma, um ato criminoso, sim, um ato vergonhoso, sim, porque se trata de idéia nazista. Quem tiver dúvidas que procure ler o livro.
A providência de Medrado NADA TEM A VER COM CENSURA muito menos com cerceamento ao direito de expressão.

Alamar Régis Carvalho
Analista de Sistemas e escritor
alamar@redevisao.net
www.redevisao.net
www.redelivros.net

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