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sexta-feira, 22 de abril de 2011

Nova partícula pode colocar a física moderna de pernas para o ar

O Globo, 18/04/2011

Fonte: O Globo - Ciência
http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2011/04/18/nova-particula-pode-colocar-fisica-moderna-de-pernas-para-ar-924264953.asp

LONDRES - Ou é uma das mais surpreendentes observações da ciência moderna ou um erro experimental que em breve será esquecido. Na última semana, a comunidade da física está agitada com rumores da descoberta de uma nova partícula subatômica - e de uma nova força nuclear que a acompanha, segundo reportagem do Independent.

No início deste mês, um intrigante sinal apareceu em dados coletados de colisões em alta velocidade de partículas subatômicas no acelerador do Fermilab próximo a Chicago, nos EUA, que choca prótons e antiprótons 2 milhões de vezes por segundo. Os cientistas imaginam ter detectado emissões de energia do que parece ser uma nova partícula subatômica, ou até mesmo todo um novo "zoológico" de partículas, que existem por uma fração de segundo antes de se converterem em partículas mais familiares.

Os pesquisadores acreditam que a anomalia em seus dados indica que a até agora desconhecida partícula subatômica tem uma massa 150 vezes maior que o próton, a partícula com carga positiva dos núcleos atômicos. Se for o caso, poderia ser o fim da ideia de que a matéria tem massa por causa da existência de outro tipo de partícula subatômica batizada bóson de Higgs, também apelidada de "partícula de Deus", prevista pela física teórica mas ainda não detectada.

- Se os sinais são o que pensamos, podemos estar à beira de entender porque a matéria tem massa, enquanto a luz não - disse o professor Kenneth Lane, físico teórico da Universidade de Boston. - Podemos estar vendo o sinal de um novo tipo de interação nuclear que chamamos de "technicolour". Este cenário basicamente substitui o bóson de Higgs.

O modelo padrão da física, que explica como as partículas interagem com as três forças básicas da natureza - gravidade, eletromagnetismo e as forças nucleares forte e fraca - prevê que, se o bóson de Higgs existe, ele pode explicar porque as coisas têm peso.

O professor Brian Cox, da Universidade de Manchester, acredita que se os resultados resistirem a uma análise mais detalhada, e confirmação por um segundo experimento, "então será a morte do modelo padrão". Por outro lado, embora os físicos do acelerador Tevatron estejam 99,7% certos de que seus dados estão corretos, isso ainda não é o bastante para que a descoberta seja confirmada. Para isso, eles precisam de uma certeza maior que uma em 1 milhão.
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