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domingo, 7 de abril de 2013

Reflexões em torno de uma latinha de refrigerante

Hoje, ao pedir uma Coca Zero, chegou-me uma com o nome da cidade onde vivo há muitos anos: "Quanto mais Salvador, melhor". Não é minha cidade natal, mas aprendi a viver e a gostar dessa terra.
Mas fiquei a pensar: será que concordo com essa frase da propaganda?
Não, não concordo!
Salvador é uma das cidades mais violentas do Brasil e do mundo. Seus problemas de infraestrutura parecem sobrepujar aos de outras capitais de porte semelhante. A educação média do seu povo, à revelia da propaganda turística que quer divulgar o contrário, é péssima. A sujeira em vias públicas é regra. E poderia continuar a enumerar os muitos outros gravíssimos problemas dessa grande cidade, mas já bastam para ilustrar o objetivo.
Não, não sinto orgulho de ser soteropolitano (no sentido de residente e não de nascimento), não sinto orgulho de ser baiano, nordestino ou brasileiro. Aliás, não sinto orgulho de nada que não tenha sido escolha pessoal.
Não sou nacionalista, não empunho bandeiras que delimitam territórios e que me impõem fronteiras. Não canto hinos com lágrimas nos olhos e não vejo como um valor em si o fato de ter cidadania dum país ou outro qualquer.
Sou um cidadão do mundo!
Entendi, naquela lata à minha frente, que o que me faz gostar de Salvador, ou da Bahia, ou do Brasil, não é o local em si, não é o fato de ter nascido aqui ou acolá, mas pelas pessoas que compartilham esse espaço geográfico comigo.
Sim, as pessoas! Elas são importantes!
Seria feliz com elas em qualquer lugar, já que consigo ser feliz aqui, numa cidade tão cheia de deficiências e problemas graves.
Mas acho que seria ainda mais feliz com elas se estivesse numa cidade onde o respeito, a educação e a civilidade fossem valores mais importantes do que as cores de uma bandeira qualquer...


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