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sábado, 23 de janeiro de 2010

O espiritismo quente do pastor-casamenteiro

O dom quixote do espiritismo ataca novamente. Agora ele volta suas lanças contra novos inimigos imaginários: os métodos da Federação Espírita do Estado da Bahia (FEEB), os quais considera antigos e ineficazes, pois não conseguem ajuntar as multidões que ele consegue.

Sobraram espinafradas para a FEEB, para o presidente do conselho deliberativo e até para a família Peixinho.

Fico a imaginar os novos métodos a serem sugeridos com a explícita intenção de angariar adeptos, ou melhor, profitentes. Vejamos algumas sugestões baseadas nos textos e ações do proponente:

Casamentos espíritas. A FEEB se engalanaria todos os finais de semana para realizar casamentos espíritas, seja lá o que isso signifique, de seus profitentes mais aquinhoados. Já posso ver a riquíssima decoração com flores e detalhes requintados, um órgão tocando a melodia que serviria como ambiência para a entrada da noiva, que, certamente, estaria muito bem vestida em seu longo branco com grinaldas, e seria antecedida por pequenas garotas que levariam solícitas as alianças para o alta... ops, a mesa da coordenação. Do púlpito, o padr..., ops, o past..., ops, o médium-casamenteiro faria sua pregação moral em prol da união dos pombinhos reencarnacionistas.

Censura e mídia. Já que o proponente é chegado à censura daqueles que não rezam por seu catecismo, como o midiático caso do padre Jonas Abib, em maio de 2008, a FEEB estaria frequentemente entrando com ações judiciais contra padres, pastores evangélicos e até mesmo espíritas membros do antigo conselho da FEEB, que ousassem pensar e, pior dos mundos, divulgar suas ideias contrárias ao novo pensamento hegemônico feebiano. E, claro, tudo feito com grande suporte dos meios de comunicação locais, visando sempre a divulgação da FEEB e de seus novos membros do conselho... Saber-se-ia de antemão que nenhuma ação resultaria em vitória judicial efetiva, já que as leis federais proíbem a censura, mas alguma deliberação em instâncias inferiores seria conseguida, sempre amparada pelos amigos que se espalham nos órgãos tal e qual; mas o resultado maior seria alcançado: o espaço e o tempo dos veículos de comunicação.

Pastores, rebanhos e bispos. Os novos membros do conselho e da direção da FEEB seriam considerados pastores e assim seriam tratados. E se possível, através de ações no âmbito da justiça comum, passariam a ser titulados formalmente como bispos espíritas. E, claro, tudo feito sempre em nome da igualdade de oportunidade religiosa, com  muito amor, sorriso e alegria. Os palestrantes, esses sim, seriam os pastores, e os ouvintes, ou melhor, profitentes, seriam seu rebanho. Ao findar de cada pregação apostólica, os membros do rebanho formariam fila para poder beber a água bent..., ops, fluidificada.

Pronto. Eis alguns métodos revolucionários que poderão salvar o espiritismo baiano de sua frieza peixinha e inflá-lo de novos adeptos, pois, segundo essa nova e pós-moderna metodologia, o que importa é a quantidade. Afinal, para que servem mesmo a coerência e a lógica racional, a não ser para atrapalhar os desejos mais recônditos da alma humana? Pois como já dizia Al Pacino, em O advogado do diabo, "a vaidade é o meu pecado favorito".

Olha no que deu o espiritismo.

sábado, 31 de maio de 2008

Um espiritismo ovino

O médium Medrado, fundador da Cidade da Luz, fez publicar um artigo no jornal A Tarde, de Salvador, BA, no dia 28 de maio, em que argumenta sobre as tantas lutas judiciais em que se mete, tal qual um cavaleiro andante em busca de aventuras e fantasias.

Não quero nessa mensagem entrar no mérito de seus embates pirotécnicos, mas sim comentar o eixo de sua argumentação. Seguem abaixo alguns trechos daquilo que ele considera "bom senso" (ave Descartes!):

"[...]
"Então, para que não pairem dúvidas, nem distorçam, guardo o respeito a você e explico humildemente:
"1 - Sou um pastor, e, como tal, você crendo ou não no que prego, gostando ou não do meu jeito, quero também pregar à minha comunidade minhas verdades, quero levar o que julgo certo a todos;
"[...]
"Agora me responda, ouvindo o bom-senso
(sic), a razão:
"1 - Não foi justo o meu pleito de pastor, na minha fé, na minha religião?
"2 - Não tenho o direito de buscar para os meus fiéis o que o seu pastor busca para você?
"3 - Não tenho o direito de reclamar, como pai que me sinto, do alimento espiritual para os meus filhos?
"Foi isto o que eu fiz.
"[...]"


Se você é espírita, não morra de rir. Contenha-se, por favor. Afinal, esse é o primeiro pastor espírita assumido! Quem se habilita a ser seu filho... ou ovelha?!

O ridículo é quase insuperável. Confesso que poucas vezes na minha caminhada espírita vi, ouvi ou li tamanha descaracterização das propostas espíritas. Ao reler Kardec nalguns artigos da sua Revista espírita ou em trechos de sua Viagem espírita em 1862, fico a pensar se sou tão toscamente obtuso a ponto de nada (absolutamente nada!) compreender daquilo que foi originalmente proposto.

Se você é espírita, imagine Kardec falando em ser pastor e ter fiéis seguidores, ou mesmo sentindo-se "pai" espiritual de seja lá quem for. Nada é mais disforme, mais incoerente e mais insólito do que essa patuscada religiosa, que certamente não encontra eco algum no bojo das propostas espíritas kardecistas.

É o sincrético movimento espírita religioso, que se imiscui no grande filão dum mercado religioso já tão bem explorado por pastores de diversas denominações. Mais uma, menos uma... nenhuma diferença.

Olha no que deu o espiritismo...

Confesso minha extrema dificuldade em assumir uma identidade espírita diante de exemplos tão eloquentemente desconexos e pouco elaborados.
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