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quinta-feira, 19 de julho de 2018

24 anos depois, a retomada oficial do odioso regime do apartheid

Um dia após reverenciarmos a memória de Nelson Mandela, nas comemorações pelo seu centésimo aniversário de nascimento, o mundo se horroriza com o retorno do regime famigerado e odioso do apartheid.

Dessa vez essa chaga social e humana se apresenta no estado fascista e terrorista de Israel, que, não podemos jamais esquecer, sempre apoiou o regime de exceção dos nacionalistas africânderes que governou a África do Sul até 1994, oprimindo e massacrando negros e indianos, cuja luta elevou Mandela ao status de estadista e libertador do povo sul-africano.

No dia de hoje, 19 de julho (logo hoje!), o estado fascista e terrorista de Israel, por meio de seu parlamento racista, o Knesset, aprovou uma lei chamada de Lei “Estado-Nação”, que dá apenas aos judeus o direito à cidadania e ao estado. Está criado o estado judeu, segundo as próprias palavras do primeiro-ministro terrorista Benjamin Netanyahu.

Ou seja, traduzindo, ninguém que não seja judeu será cidadão como um judeu nesse regime de ódio e rancor.

À época do apartheid na África do Sul, os países do mundo se horrorizavam e se mobilizavam para estrangular economicamente os párias racistas do mundo responsáveis pelo genocídio do povo sul-africano. Será que a ONU e os países civilizados farão o mesmo com os párias de hoje que controlam o estado naziterrorista de Israel? Todos sabemos a resposta, afinal, a nação mais poderosa militarmente no mundo é a responsável pela manutenção econômica e política desses racistas e fascistas no Oriente Médio, desse enclave de ódio e preconceito inserido artificialmente no seio do povo palestino.

Fica então uma pergunta retórica: será que os países civilizados poderão então definir os judeus como cidadãos de segunda linha em seus limites territoriais, retirando deles os direitos à liberdade religiosa e à nacionalidade?

Afinal, o que vale nas relações internacionais não é a reciprocidade?

http://operamundi.uol.com.br/conteudo/geral/49782/sob+criticas+de+arabes+israel+aprova+lei+que+define+pais+como+estado+do+povo+judeu.shtml

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Até quando, Israel?

Fonte: Caros Amigos
http://carosamigos.terra.com.br/index_site.php?pag=dointernauta&id=96

Em dez textos que se estendem por dez páginas, Caros Amigos analisa a agressão de Israel contra os palestinos em Gaza. Escrevem e opinam árabes, judeus e especialistas de outras etnias. Um trabalho especial que ajuda você a entender melhor o que se passa no Oriente Médio.

Sob os escombros, há histórias inimagináveis
Prensa Latina entra em Gaza duas semanas depois da agressão israelense iniciada em 27 de dezembro de 2008. Um retrato da barbárie israelense e um testemunho do que ainda não se sabe.

A comunicação telefônica é quase um dom divino para os que estão na prisão a céu aberto que Israel fez de Gaza: entre bombas, destroços, mutilações e carências, alivia poder dar sinais de sobrevivência. O invento atribuído a Graham Bell é tão sagrado para falar com o parente ou conterrâneo além das fronteiras como tentar saber a sorte da amiga de Jebaliyah, o parente surpreendido por um bombardeio em Khan Younis ou o vizinho que vive a três portas.

A agressão iniciada em 27 de dezembro em duas semanas fez ficar sem energia elétrica 1 milhão de palestinos – de um total a que se há de acrescentar mais 500 mil pessoas. O arrepiante panorama ajusta-se às calamidades de Khalil, a incerteza de Alina, o luto de Mohamed, Jasmeen e Ashrat, o trauma de crianças socorridas por Osama ou as feridas na própria carne de Ahmed e outras 4.300 pessoas.

A falta de eletricidade afeta os habitantes de um território em época de inverno, onde a água corrente não é potável e a especulação torna impossível a compra de água engarrafada, enquanto muitas padarias deixaram de produzir. O pão, sobretudo, conhecido como árabe ou pita, básico na alimentação diária dos mais pobres acompanhado com feijões e verduras, custa caro.

Vegetais, frutas e outros alimentos se esfumaçaram, e o pouco que havia tinha “preços muito elevados”, relataram homens que preferiam manter a família em casa e sair para procurar nas três horas diárias de frágil trégua humanitária. Segundo a ONU, cerca de 750 mil palestinos necessitam de água potável, da mesma forma que serviços essenciais como o de saúde. Os hospitais funcionavam no início de janeiro a duras penas com conjuntos de geradores, enquanto os médicos não davam conta dos feridos e pediam aos gritos que não faltasse o combustível, que chegava quando os judeus permitiam a passagem de caminhões-tanque internacionais com limitados volumes. Os geradores elétricos também são prova de solidariedade humana, quando em noites de estrondosos bombardeios, vidros de janelas quebradas e intermináveis penumbras, alguns afortunados compartilham um fio “salvador” com seus vizinhos.
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“O desafio que os estadunidenses temos é conseguir ver a verdade por trás das mentiras”
Norman Finkelstein

O intelectual judeu americano NORMAN FINKELSTEIN defende que os responsáveis, moral e juridicamente, são Israel e EUA

Os registros existem e são muito claros. Qualquer pessoa encontra na internet, na página do governo de Israel e, também, na página do seu ministério das Relações Exteriores. Israel desrespeitou o cessar-fogo, invadiu Gaza e matou seis ou sete (há controvérsia quanto ao número de assassinados, não quanto ao crime de assassinato) militantes palestinos, dia 4/11/2008. Depois, o Hamas respondeu ou, como se lê nas páginas do governo de Israel, “o Hamas retaliou contra Israel e lançou mísseis”.

Quanto aos motivos, os documentos oficiais também são claros. O jornal Haaretz já informou que Barak, ministro da Defesa de Israel, começou a planejar o massacre de Gaza muito antes, até, de haver acordo de cessar-fogo. Conforme o Haaretz do dia 12, a chacina de Gaza começou a ser planejada em março de 2008.
Quanto às principais razões do massacre, acho, há duas. Número um: restaurar o que Israel chama de “capacidade de contenção do exército”, o que, em linguagem de leigo, significa a capacidade de Israel para semear pânico e morte em toda a região e submetê-la mediante a pressão das armas, da chantagem, do medo. Depois de ter sido derrotado no Líbano em julho de 2006, o exército de Israel entendeu que seria importante comunicar ao mundo que Israel ainda é capaz de assassinar, matar, mutilar e aterrorizar quem se atreva a desafiar seu poder pressuposto absoluto, acima de qualquer lei.
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O que eles temem? Ser levados ao “Tribunal de Nuremberg”?
Gershon Knispel, de Israel

“Tenho medo por Israel e Israel me dá medo.”
Marek Halter, escritor e pintor judeu francês, sobrevivente do Holocausto


Em 9 de novembro, descendo do avião, senti que algo não estava certo. Nos televisores do aeroporto de Tel Aviv, davam sem parar notícias sobre as quedas dos Kassams, foguetes caseiros das milícias palestinas, sempre em lugares abertos, com pouca destruição. Falava-se das ameaças aos assentamentos judaicos nos territórios ocupados, usando-se o novo nome, “assentamentos e cidadelas cobrindo Gaza” – de fato a cercavam. As manchetes se referiam à fuga dos habitantes de Ofakim, Shderot e outras cidades, no raio de até 40 km, alcance dos Kassams.

“Será que isto é a resposta eufórica dos militantes do Hamas e da Jihad Islâmica à nossa retirada da Faixa de Gaza? Tudo que queremos é a paz”, diziam as manchetes israelenses. Me lembrei da frase do dramaturgo alemão Bertolt Brecht, antes da II Guerra Mundial: “Quando eles falam de paz, prepara-te para a guerra.” As rádios matraqueavam frases e hinos patrióticos que sempre se usa para preparar o público para o pior. Os comentaristas sugerem intervenção imediata “para deter esses ataques de Gaza”, “para destruir a infraestrutura e para liquidar a liderança política do Hamas a qualquer preço”.

Mas não saem da ordem do dia os resultados das pesquisas sobre as intenções de voto com vista às eleições antecipadas para meados de fevereiro. Bibi Netanyahu, líder do Likud, exige o retorno das forças israelenses para Gaza e já mais que dobra as intenções de voto, de 17 para 36 cadeiras. As manchetes prosseguem:

“Barak continua a levar seu Partido Trabalhista a um desastre sem precedentes”, pois de maior partido, desde a fundação de Israel, pode ficar em sexto lugar, com 7 a 8 cadeiras. Os conselheiros de Barak dizem:

“Ele deve parar de aparecer como indeciso e, ao contrário, agir firmemente em Gaza.”

Tzipi Livni, ministra do Exterior, herdeira de Ehud Olmert, primeiro-ministro forçado a renunciar acusado de corrupção, tenta sobreviver, igualmente ameaçada pela subida de Netanyahu. E Olmert ainda goza algumas semanas como chefe do governo, até o fim das eleições: não precisa mais se responsabilizar, sua carreira política foi cortada e, como se diz em Israel, “pode andar na chuva sem se molhar”, falando em devolver os territórios palestinos em troca da paz, de um lado, e de outro correr o risco de ser lembrado na história como principal responsável pelo fiasco da Segunda Guerra do Líbano, para fazer mais adiante um retorno triunfal por causa da blitzkrieg da Operação Chumbo Fundido.

A indústria da comunicação trabalhou de maneira fantástica. Amigos meus muito próximos de mim no combate contra a ocupação agora protestam contra mim com emoção:

“Podemos ficar calados vendo essas chuvas de Kassams que jogam sem parar sobre cidades? Eles precisam aprender a lição de uma vez por todas.” Respondi: “E vocês? Aprenderam a lição?”
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O que a mídia gorda não diz sobre Gaza
Camila Martins, Carolina Rossetti e Luana Schabib

1 – Qualquer oprimido estaria resistindo
O judeu israelense Yuri Haaz, 37 anos, filho de mãe brasileira e pai uruguaio que emigraram para “ajudar a construir a terra dos judeus”, mora desde 1985 no Brasil. Criado na tradição sionista, Yuri diz: “Sem a superação do sionismo, não haverá melhoras no conflito com a Palestina.” Seu depoimento: Meus pais, filhos de sobreviventes do Holocausto, aderiram a um movimento juvenil sionista no Brasil e foram pra lá em 1967, envolvidos pela ideologia, reforçada depois da Guerra dos Seis Dias. Estudei em Israel até a oitava série, e o que eles passam é que a Palestina era uma terra vazia, que os judeus vieram plantar no deserto, secar os pântanos, transformar aquilo em terra fértil.

Quando fiz 14 anos, meus pais resolveram voltar, não queriam que eu prestasse o serviço militar em Israel e estavam começando a se decepcionar com a violência exercida sobre os palestinos. Fui para Foz do Iguaçu e fiz Letras. Num trabalho acadêmico, mostrei que a violência só é possível se você desumaniza o inimigo.

Entrei em contato com novos historiadores israelenses, os revisionistas. Israel foi fundado por uma decisão totalmente injusta das Nações Unidas, dando uma parcela maior da terra pra uma minoria, os judeus. Tudo sob violência. Desconstruir os mitos foi doloroso, fiquei doente, mas não sou um caso isolado. Hoje você tem jovens que se recusam a entrar no exército em Israel. Outro movimento combate a demolição de casas de palestinos. Israel destrói, esse grupo ajuda a reconstruir.

A mídia nunca vê os ataques de Israel, mas a reação do Hamas, que aparece como um primeiro ataque, justificando a ofensiva desproporcional. E foi o que ocorreu em Gaza. Qualquer outro povo que estivesse oprimido dessa maneira estaria mantendo essa resistência.

2 – Pequena história da Palestina
O nome, tradução latina de Filistéia, foi dado pelo Império Romano à região que hoje engloba Israel, Gaza e Cisjordânia. Era habitada por filisteus, judeus, cananeus. No início da era cristã, os romanos expulsaram judeus e destruíram o templo principal. Com exceção dos judeus, a maioria se converteu ao cristianismo, depois ao islamismo.

Após muitos impérios, em fins do século 19 a região era dominada pelos turcos. Dos 500 mil habitantes, a maioria muçulmanos, 10% eram cristãos e uns 5%, judeus. Os muçulmanos e cristãos eram arabizados. Na Rússia, o governo czarista culpa os judeus por todo mal que o povo sofre: milhares são mortos e os sobreviventes fogem. Um judeu húngaro, Theodor Herzl, publica documento que diz que os judeus devem ter sua própria terra. Depois de estudar lugares como Uganda, Argentina, e Amazônia, os sionistas escolhem a Palestina, a “Terra Prometida” (sionista, de Sion, nome judaico de um monte de Jerusalém). Em 1917, o governo inglês, “dono” da Palestina, arrancada aos turcos na I Guerra Mundial, aprova a criação de um Lar Nacional Judaico naquela terra. O povo árabe se alarma e percebe que, em poucos anos, eles seriam substituídos pelos estrangeiros. Diversos conflitos acontecem.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Israel e seus vizinhos

Michael Neumann
Terça-feira, 23 de fevereiro de 2010.

Fonte: Revista Fórum
http://www.revistaforum.com.br/sitefinal/NoticiasIntegra.asp?id_artigo=8071

Nos últimos anos, o sionismo e a ocupação têm sido criticados. A fala laudatória dos EUA pró-Israel não deve enganar ninguém: a maioria, em todo o mundo, está ouvindo também as críticas a Israel, e mais as críticas que a louvação. Mesmo aliados pressupostos eternos e inabaláveis de Israel sabem que é preciso por fim à ocupação da Palestina; a maioria dos israelenses também pensa assim.

Por mais que a maioria dos críticos mais azedos goste de pensar que não, o governo dos EUA – o braço executivo do governo, com certeza – já aprendeu que sim, é preciso por fim à ocupação da Palestina. Quanto à imensa ajuda que não para de chegar a Israel, é preciso considerar dois pontos. Primeiro, os EUA dão praticamente a mesma quantidade de dinheiro e de ajuda militar também aos Estados árabes e ao Paquistão – e vendem armamento de alta tecnologia aos Estados do Golfo. Segundo, a ajuda é parte de um patético esforço para subornar Israel e tentar que encontrem alguma espécie de acomodação razoável com o mundo árabe.

Para uns, a tentativa é patética, porque falsa. Essa visão é perversamente otimista e pressupõe um componente de fé curiosamente abundante na esquerda: a ideia de que os EUA sejam um colosso que poderia, num estalar de dedos, submeter todos os pigmeus que os cercam. Pense-se o que se pensar sobre o poder dos EUA em geral, essa ideia não se aplica ao relacionamento com Israel. Nem o poder de todo o mundo ocidental bastará para submeter Israel.

Israel não é apenas potência nuclear: é uma das principais potências nucleares do planeta. Ainda mais: é a única potência nuclear que brinca com a possibilidade de usar armas atômicas, mesmo que isso implique suicídio. Os estrategistas de Israel, talvez certos de contar com a aprovação divina, chamam a isso “opção Sansão”. Com um pouco de loucura e sorte, Israel pode, sim, detonar um muito assustador primeiro ataque nuclear contra qualquer potência da Terra. Não o fará, é claro, mas esse “é claro” depende de todos termos certeza de que nenhuma potência nuclear usará força militar para obrigar Israel a fazer seja lá o que for. No caso de Israel, nenhuma pressão implica suficiente pressão.

O que aconteceria, então, se os EUA fechassem a torneira da ajuda a Israel? Os que criticam Israel, inclusive alguns israelenses, mostram-se cada dia mais furiosos em sua exigência de que se feche, de vez, aquela torneira. Outra vez, o mesmo otimismo perverso.

Não há dúvidas de que Israel considera imensamente conveniente a ajuda que recebe dos EUA. Mas os EUA também consideram Israel imensamente conveniente. O establishment de defesa israelense não só produz, mas também desenvolve muitas capacidades que são vitalmente importantes para os EUA, dentre as quais os sistemas antimísseis, os robôs teleguiados (drones) e inúmeras soluções de ‘ciber-armas’. Por isso, sanções econômicas não funcionarão contra Israel. O país é dono de tecnologia abundantíssima e de armas e equipamento bélico que o mundo faria fila para comprar, praticamente a qualquer preço. Israel não é capaz apenas de sustentar-se financeiramente e economicamente; pode fazê-lo por vias comerciais catastróficas para o Ocidente e contra as quais o Ocidente nada poderia fazer.

Nada disso significa que o conflito Israel/Palestina seja insolúvel. Significa, isso sim, que a solução, seja qual for, não está em "nossas" mãos – dos que criticam, com certeza; mas tampouco está nas mãos das potências ocidentais.

A solução, seja qual for, terá de ser construída em contexto de real equilíbrio de poder no Oriente Médio. A possibilidade de que se alcance esse equilíbrio não é completamente inexistente ou obscura, mas envolve realidades que poucos desejam encarar.

Na melhor (!) das hipóteses, a possibilidade de paz, de fim do "terror" israelense/palestino, está nas mãos dos supostos terroristas, do Hizbollah e seus patrocinadores, entre os quais o Irã. É possível que o Hizbollah tenha poder suficiente para conseguir que os israelenses, como os brancos da África do Sul, sejam obrigados a ler nos muros e encontrem meio de conviver com o povo conquistado. Até a próxima guerra contra o Líbano, ninguém pode avaliar com certeza em que pé está essa correlação de forças.

Mas há outra possibilidade, mais assustadora. E só se converterá em menos assustadora se o Ocidente curvar-se ante o inevitável.

O mundo "árabe", como o Irã, com certeza sabe o quanto é esmagadora e perigosa a vantagem nuclear com que Israel conta. Mas esses países ainda não têm capacidade militar para enfrentar Israel, nem têm poder político para conseguir que outros países o enfrentem. O que acontecerá se se criarem os meios necessários para gerar esse poder político?

De fato, esses meios já estão disponíveis.

Hoje, o mundo – portanto, também o mundo "árabe" – sabe que o Ocidente jamais, nunca, em tempo algum, agirá contra Israel: todas as oportunidades para fazê-lo já vieram e já foram. Mais cedo ou mais tarde, o contexto empurrará cada um dos vizinhos a tentar, cada um, sua alternativa única ou individual. É alternativa cara, não apenas em dólares, mas também, muito provavelmente, em vidas humanas.

As nações árabes e o Irã acabarão por acionar seus direitos de não obedecer aos tratados de não-proliferação de armas nucleares. (São acordos escandalosos, em todos os casos, porque seu único efeito é proteger Israel contra qualquer competição, ao mesmo tempo em que garantem ao país uma carta branca na arena nuclear.) O mundo árabe, provavelmente com apoio de outras nações, poderá então investir num programa coletivo de pesquisa e desenvolvimento de usos da energia nuclear, com o objetivo declarado e explícito de construir tanto meios de defesa e segurança, como meios de uso civil da energia nuclear.

O simples anúncio desses planos – com os efeitos que terão sobre a moral israelense e a convicção do Ocidente – pode gerar resultados consideráveis, praticamente sem custo algum para ninguém. Se Israel persistir em sua obstinação, tratar-se-á de fazer andar os planos, aumentando sempre a pressão no sentido de que se encontre – ou se imponha – uma solução para o conflito Israel/Palestina.

É possível que essa ideia soe a muitos ouvidos como puro extremismo enlouquecido. De fato, o maior extremismo enlouquecido é deixar que Israel primeiro desenvolva e depois ostente suas bombas atômicas, ao mesmo tempo em que a mesma Israel amarra mãos e pés de suas vítimas potenciais. Para desatar essas amarras, basta voltar à política do equilíbrio de poderes que, por séculos, foi considerada a melhor garantia para a paz.

Hoje, essa ideia ainda soa como mera fantasia. Mas o mundo árabe, com apoio do mundo muçulmano não-árabe, andará na direção de implantar essa estratégia no reino das possibilidades reais. Coletivamente, aquelas nações têm toda a riqueza e as habilidades técnicas necessárias. Cada dia mais, todos se dão conta da imperiosa necessidade de por de lado as animosidades e trabalhar pela paz. Deve-se esperar que o mundo árabe, com apoio do mundo muçulmano não-árabe, canse-se, definitivamente, de ser tratado com violência e desprezo.

E qual o papel do ocidente, em tudo isso? Se for incapaz de qualquer participação mais ativa, basta que não se meta. Se insistir, haverá ranger de dentes, sangue, histeria, epilepsia moral. Talvez, depois, a loucura passe e o Ocidente consiga voltar a fazer o que fez tão bem, por tanto tempo: nada.

Tradução de Caia Fittipaldi. O artigo original, em inglês, pode ser lido em: http://www.counterpunch.org/neumann02222010.html

Michael Neumann é professor de filosofia na Trent University em Ontario, Canadá. É autor de What's Left: Radical Politics and the Radical Psyche and The Case Against Israel e de “What is Anti-Semitism”, em The Politics of Anti-Semitism editado pela editora Counterpunch, NY. Recebe e-mails em mneumann@live.com

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Israel cometeu crimes em ação 'sem precedentes' em Gaza, diz Anistia

BBC Brasil, em 2 de julho de 2009.

Fonte:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/

Um relatório da Anistia Internacional afirma que Israel cometeu crimes de guerra e promoveu uma destruição indiscriminada sem precedentes durante sua ofensiva militar na Faixa de Gaza no começo de 2009.

O relatório de 117 páginas afirma que centenas de civis palestinos foram mortos através do uso de armas de alta precisão e que outros foram mortos com tiros à queima-roupa "sendo que não representavam ameaça à vida de soldados israelenses".

A Anistia Internacional também acusa Israel de usar armas de baixa precisão, como artilharia e fósforo branco, em áreas densamente povoadas.

O documento também acusa o grupo palestino Hamas de cometer crimes de guerra, citando os ataques com foguetes lançados contra zonas residenciais em Israel.

A Anistia afirma que cerca de 1,4 mil palestinos foram mortos na ofensiva de 22 dias realizada por Israel entre 27 de dezembro de 2008 e 17 de janeiro de 2009, números que batem com as estatísticas divulgadas por palestinos.

Entre os mortos, mais de 900 eram civis, incluindo 300 crianças e 115 mulheres, de acordo com o relatório.

Em março, os militares israelenses afirmaram que, no total, o número de palestinos mortos foi de 1.116 pessoas, destas apenas 295 eram civis.

Em relação à ação militar israelense, a pesquisadora da Anistia e responsável pelo relatório Donatella Rovera, afirmou que houve três grandes violações das leis internacionais.

"Ataques indiscriminados diretos ou indiretos contra civis e alvos civis. Várias centenas de civis foram mortos como resultado destes ataques."

"Houve demolição e destruição de casas e de prédios civis em grande escala, e a destruição não poderia ser justificada como uma necessidade militar", afirmou.

"E as equipes médicas também foram impedidas de retirar os feridos além de ataques a algumas equipes médicas em ambulâncias. Tudo isto é violação das leis internacionais e constitui crimes de guerra", acrescentou.

'Erros profissionais'

Israelenses e palestinos rejeitaram o relatório da Anistia Internacional.

Israel atribuiu algumas das mortes de civis a "erros profissionais" e acrescentou que sua conduta seguiu as leis internacionais.

Autoridades israelenses afirmaram que seus militares atingiram apenas áreas nas quais os militantes palestinos operavam e acusaram o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, de transformar bairros civis em "zonas de guerra".

"Tentamos ser tão precisos quanto podíamos em uma situação de combate difícil", disse à BBC o porta-voz do governo israelense Mark Regev.

Yigal Palmor, porta-voz do Ministério do Exterior israelense, questionou a credibilidade do relatório da Anistia.

"Este relatório da Anistia não é um relatório sobre direitos humanos, é um julgamento ao estilo soviético. Não há transparência, não há responsabilidade, não sabemos quem são os juízes. Quem são os membros da equipe de investigação? Eles escondem suas identidades", afirmou.

Palmor também questionou os conhecimentos da equipe de investigação da Anistia, a identidade das testemunhas e se elas trabalham para o Hamas.

Disparos de escolas

O relatório da Anistia afirma que não encontrou provas de que militantes palestinos obrigaram civis a ficarem em prédios usados para fins militares, contradizendo as alegações israelenses de que o Hamas usava "escudos humanos.

No entanto, a Anistia afirma que o Hamas e outros grupos militantes palestinos colocaram a vida de civis em risco ao disparar foguetes de áreas residenciais e guardar armas nestes bairros. O relatório afirma que moradores destas áreas contaram que militantes do Hamas dispararam um foguete do pátio de uma escola do governo.

Treze israelenses foram mortos, incluindo três civis, durante a ofensiva. Israel alegava que a operação visava paralisar os ataques com foguetes contra alvos israelenses, através da fronteira.

Na Faixa de Gaza, Fawzi Barhoum, um porta-voz do Hamas, afirmou que o relatório não é profissional.

"Este relatório não é justo nem equilibrado e nós rejeitamos todas as acusações ao Hamas listadas nele. Lembramos e reafirmamos que este relatório não profissional foi publicado sem a consulta a qualquer um dos líderes ou autoridades do Hamas. O relatório iguala vítimas e carrascos e nega o direito de nosso povo de resistir à ocupação, que é incompatível com a lei internacional que garante o direito de um povo (em território) ocupado à autodefesa."

Um dos líderes do Hamas, Ismail Haniyeh, disse que "esta guerra selvagem teve apenas um lado e todas as ferramentas de destruição e assassinato foram usadas. Os restos da destruição ainda são provas do crime contra a Faixa de Gaza e acreditamos que os líderes da ocupação israelense devem ser entregues aos tribunais internacionais".

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O Estado nazifascista de Israel

Raul Longo

Albert Einstein e Hannah Arendt posicionaram-se indignada e publicamente contra o nazi-fascismo israelense (leia o manifesto ao final deste texto).

O presidente de Israel, Shimon Peres, prêmio Nobel da Paz em 1994, justificou-se ao mundo pela desproporção e selvageria do massacre do gueto de Gaza, alegando que a chacina de civis e crianças deve-se ao fato de serem usados como escudo humano pelo Hamas.

No mesmo dia, mais uma notícia do genocídio: duas escolas da ONU foram bombardeadas, esquartejando e matando dezenas de crianças.

A ONU usaria crianças de escudo? Escudaria o Hamas?

Segundo as velhas avós, as mentiras de Shimon Peres é que têm pernas curtas.

A ONU - Organização das Nações Unidas foi criada em 1945, logo ao final da II Guerra para substituir a Liga das Nações que resultou da I Guerra Mundial, em 1919. Os Estados Unidos não assinou o Tratado de Versalhes que criou a Liga das Nações e tampouco aquela entidade conseguiu cumprir com a proposta de evitar agressões bélicas. Daí, criou-se a ONU para o cumprimento da mesma promessa.

Em 1947, o brasileiro Oswaldo Aranha preside a Assembléia da ONU que cria o Estado de Israel dentro do Território Palestino, então, e desde a queda do Império Turco-Otomano, sob domínio do Império Britânico.

Em 1948, um grupo dos mais significativos intelectuais judeus alertam ao mundo, pelo New York Times, a ameaça de um partido nazi-sionista com nefastas projeções futuras. Esse documento está reproduzido aí abaixo, e foi enviado pelo companheiro Fernando Rosas Freire.

Nazi é a abreviatura de nazista, do alemão Nationalsozialismus, ditadura que governou a Alemanha entre 1933-1945 e, aliando-se a ditadura fascista da Itália e o Império Japonês, pretendeu dominar o mundo invadindo diversos países da Europa, África, Ásia e Polinésia.

A ditadura nazista foi apoiada e financiada pelo capitalismo internacional, notadamente o norte-americano, como documenta o jornalista Michel Moore contando em seu livro Uma nação de idiotas, que o bisavô e o avô de Bush enviavam dólares à Alemanha, mesmo depois de os Estados Unidos terem entrado na guerra contra o Terceiro Reich.

Michel Moore nunca foi desmentido. Michel Moore não tem pernas curtas.

Se é difícil acreditar que os estadunidenses tenham financiado o nazismo, mais difícil ainda é acreditar que judeus possam ser nazistas, afinal milhares de judeus foram massacrados exatamente da forma que os sionistas hoje estão massacrando os palestinos em Gaza. E foram humilhados e violentados pelos nazistas, exatamente como os nazi-sionistas humilham e violentam os palestinos desde a criação do Estado de Israel, conforme relatado aí nesta carta dos intelectuais judeus ao New York Times.

Mas como acreditar que judeus possam ser nazistas?

Primeiro é preciso lembrar que entre os judeus vítimas do genocídio nazista havia os de classe média, muitos socialistas, e a maioria dos 6 milhões da vítimas das câmaras de gás era tão pobre quanto os milhares de ciganos também exterminados, embora sempre omitidos.

No entanto, não há notícia de nenhum banqueiro, grande industrial, proprietário de cadeias internacionais de lojas especializadas em artigos finos, comerciantes de jóias, mercador de importações e exportações; ainda que entre os maiores e mais ricos burgueses da Europa se destacassem muitos judeus.

Esses são os judeus aos quais se refere o documento abaixo. São esses os que hoje se associam aos grandes empreendimentos petroleiros, inclusive aos sheiks dos mais ricos países árabes. São os que intermedeiam e negociam interesses do hemisfério norte com seus ricos primos sauditas, prosseguindo uma tradição que se iniciou já no início dos 8 longos séculos em que os muçulmanos se estabeleceram na península ibérica.

Atrás dos então chamados mouros foram os antigos judeus que, abandonando a Palestina, preferiam comercializar com seus primos semitas. Uma verdade histórica que desmente outra mentira de perna curta: a de que judeus, mulçumanos e cristãos sempre se engalfinharam. É só ler os contos das Mil e uma noites para se perceber que conviveram tolerantemente por muitos séculos. O anti-judaísmo é um preconceito religioso de cristãos europeus, que não teve qualquer repercussão entre muçulmanos e cristãos árabes antes da criação do Estado Nazi-Sionista de Israel.

Omite-se, inclusive, que 40% da população Palestina é cristã. Mais uma das pernas curtas dos mentirosos que acusam aos palestinos de atacarem Israel por fundamentalismo islâmico.

Hebreus, árabes, assírios, aramaicos e fenícios são todos o mesmo povo semita. Isso está em qualquer dicionário, encurtando as pernas das mentiras que acusam preconceitos étnicos. Etnia e religião são mentiras que escondem os interesses envolvidos no embate de sionistas e árabes, como se escondeu os verdadeiros interesses dos que diziam financiar Hitler para conter Stálin, ou apoiar Sadam Hussein para conter o Irã, e armar os Talibãs contra a União Soviética. Pernas curtas, tiveram de guerrear contra Hitler, Sadam e Talibãs.

Mas se Hitler foi derrotado na Segunda Guerra mundial, muitos foram os indícios da continuidade do nazismo, já apontados neste documento enviado por Fernando Freire. Um deles está no impressionante declínio da presença judaica na Europa. Por 12 séculos esses semitas contribuíram com as mais altas expressões da cultura européia: música, teatro, literatura, artes plásticas, filosofia, ciências. Em cinco décadas a grande maioria foi enviada para estabelecer o domínio da entrada da grande reserva petrolífera do mundo. Spinozas, Freuds, Marxs, Einstens, transformados em covardes Golias a revidar com obuses e míssil as pedras de pequenos Davis sem estrelas nem direito ao quarto crescente de suas preferências.

O Estado de Israel, criado pela ONU em 1947, foi uma mentira de perna tão curta que já no ano seguinte foi desmentido pelos próprios judeus que assinaram o documento aí abaixo, mas ainda hoje muitos jovens israelenses se recusam a se transformar em genocidas e, pela internet, estão pedindo socorro ao mundo por maus tratos e humilhações a que vêm sendo submetidos pelos nazistas de seu país.

Resta saber, qual será o comprimento das pernas da ONU, agora que o estado sionista assume declaradamente todo horror que o mundo execrou nos nazistas. Qual será a reação da ONU ao ataque as suas próprias instalações e delegações de ajuda humanitária. Nem mesmo Adolf Hitler ousou ser tão descomprometido e ameaçador à manutenção da paz mundial!

Já não se trata apenas do absoluto desrespeito ao mais importante documento promulgado por aquela entidade, a Declaração dos Direitos Humanos, como vêm fazendo desde a instalação do estado nazista, conforme acusam os intelectuais judeus abaixo assinados. Trata-se, agora, da promoção de mais um holocausto. O mesmo holocausto que talvez se desconhecesse antes da invasão dos países ocupados e da Alemanha dos anos 40 do século passado, mas hoje está estampado nas telas dos aparelhos de TV e monitores de todo o mundo.

Trata-se de um crime contra a humanidade ao qual a anuência não justifica sequer a instituição de uma nação, quanto mais a de uma Organização das Nações Unidas!

Utiliza-se contra a indefesa população palestina emparedada pelos muros da ignomínia nazi-sionista, tudo o que todos os tratados e tribunais internacionais sempre condenaram: bombas de fragmentação, armas químicas, urânio empobrecido contra mulheres e crianças. Esquartejamentos em massa.

Em 12 dias, ceifou-se mais de 700 vidas! Nessa progressão, em pouco irão ultrapassar Auschwitz, Treblinka, gueto de Varsóvia e demais campos de extermínio dos anos 40. Gaza se faz nova Lídice!(1)

A omissão da ONU e do mundo sobre este genocídio, invalida o julgamento de Nuremberg. Invalida a condenação dos massacres de Ruanda. Inutiliza o julgamento dos exterminadores da Bósnia.

A omissão de sanções severas e inequívocas contra o Estado de Israel por parte de qual instituição for, seja a ONU, o Vaticano, o governo francês, inglês, alemão, os Estados Unidos, a Rússia, a China, o Brasil, a Argentina ou qualquer outro país, inclusive e principalmente as instituições que representem a consagrada intelectualidade israelense, e até mesmo grandes instituições privadas de todo o mundo, reduzirá cada um a uma grande e fragorosa mentira. Promoverá a Al Qaeda, o Talibã, os grupos terroristas de todo o mundo, em últimas alternativas para algum restabelecimento de civilização.

Que os meios internacionais de comunicação façam uma cobertura tendenciosa desse escandaloso primeiro genocídio bélico do século XXI (embora pela África prossiga o iniciado há muitos séculos atrás), é possível compreender sabendo-se que todos detém dívidas e interesses relacionados ao nazi-sionismo, quando não são majoritariamente de propriedade desses mesmos nazistas.

Mas que governos e instituições minimamente responsáveis continuem se mantendo surdos e omissos a consumação do que já foram publicamente alertados em 1948 pela representatividade dos nomes que assinaram a advertência reproduzida adiante, é aterrador ao nosso futuro como humanidade.

(1) Lídice - Em 1942 um oficial da SS foi emboscado e morto pela resistência da Tchecoslováquia ocupada. Em represália Hitler ordenou a destruição da vila de Lídice e toda sua população (340) foi exterminada: homens, mulheres e crianças. Mas a vingança nazista não se resumiu a Lídice e 1.500 vidas foram exterminadas em demais cidades daquele país. Quantas vidas o mundo aguarda que sacie a vingança nazi-sionista pelas paredes derrubadas por foguetes da resistência da Palestina ocupada?

Carta de intelectuais judeus ao New York Times, incluindo Albert Einstein, Hannah Arendt e Sidney Hook, dezembro de 1948.

Aos Editores do New York Times:

Entre os fenômenos políticos perturbadores de nossos tempos está a emergência no recém criado Estado de Israel do "Partido da Liberdade" (Tenuat Haherut), um partido político estreitamente assemelhado em sua organização, métodos, filosofia política e apelo social aos partidos Nazista e Fascista. Ele foi formado a partir de membros e seguidores do antigo Irgun Zvai Leumi, uma organização terrorista, facção direitista e organização chauvinista na Palestina.

A visita atual de Menachem Begin, líder deste partido, aos Estados Unidos é, obviamente, calculada no sentido de dar a impressão de apoio americano ao seu partido, por ocasião do advento das eleições israelitas e para cimentar laços políticos com os elementos sionistas conservadores dos Estados Unidos. Vários americanos de reputação nacional têm emprestado seu nome para dar boas vindas a sua visita. É inconcebível que aqueles que se opõem ao fascismo no mundo, se corretamente informados sobre a história política e perspectivas de Mr. Begin, possam acrescentar seus nomes e apoio ao movimento que ele representa.

Embora esse irreparável perigo ocorra pela forma de contribuições financeiras, manifestações públicas a favor de Begin ou pela criação na Palestina da impressão de que um grande segmento da América apóia os elementos fascistas em Israel, o público americano deve ser informado sobre a história e os objetivos de Mr. Begin e do seu movimento.

As promessas públicas do Partido de Begin não correspondem, quaisquer que sejam, ao seu caráter real. Hoje falam de liberdade, democracia e antiimperialismo, enquanto até recentemente pregavam abertamente a doutrina do Estado Fascista. É em suas ações que o partido terrorista denuncia o seu caráter real; de suas ações do passado podemos julgar o que dele pode ser esperado fazer no futuro.

Ataque sobre a Vila Árabe.

Um exemplo chocante foi seu comportamento na vila árabe de Deir Yassin. Esta vila, distante das principais estradas e circundada por terras judaicas, não tomou nenhuma parte na guerra e chegou a contrariar o lado árabe que queria usar a vila como sua base. Em 9 de abril (The New York Times) bandos terroristas atacaram esta vila pacifista, que não era um objetivo militar na luta, matando a maioria de seus habitantes – 240 homens, mulheres e crianças - e mantiveram alguns deles vivos para desfilarem como cativos através das ruas de Jerusalém. A maior parte da comunidade judaica ficou horrorizada com aquela ação e a Agência Judaica mandou um telegrama de pesar ao Rei Abdulah da Trans-Jordânia. Contudo, os terroristas, longe de se envergonharem de seu ato, ficaram orgulhosos com aquele massacre, divulgado amplamente e convidaram os correspondentes estrangeiros no país para testemunharem os cadáveres amontoados e a devastação geral em Deir Yassin.

O acontecimento de Deir Yassin exemplifica o caráter e as ações do Partido da Liberdade.

No interior da comunidade judaica eles têm propugnado uma mistura de ultra nacionalismo, misticismo religioso e superioridade racial. Como outros partidos fascistas eles têm sido usados para esmagar as greves e têm-se dedicado à destruição de sindicatos livres. Em seu lugar eles têm proposto sindicatos corporativistas no modelo fascista italiano. Durante os últimos anos da esporádica violência antibritânica, os grupos IZL e Stern inauguraram um reino de terror na comunidade Judaica Palestina. Professores foram espancados por se pronunciarem contra eles, adultos foram alvejados por não deixarem suas crianças juntar-se a eles. Por métodos de gangsterismo, açoites, quebra-vidraç as e roubos em larga escala, os terroristas intimidavam a população e exigia-lhe pesado tributo. Os membros do Partido da Liberdade não têm nenhuma participação nos logros construtivos na Palestina. Eles não reivindicam nenhuma terra, nenhuma construção dehabitações e apenas depreciam a atividade defensiva judaica. Seus esforços de imigração muito propagandeado foram diminutos e devotados principalmente para atraírem compatriotas fascistas.

Discrepâncias observadas.

As discrepâncias entre os bravos clamores que estão sendo feitos agora por Begin e seu partido e a história de sua performance no passado da Palestina não portam a marca de um partido qualquer. Esta é o selo de um partido fascista, pelo qual o terrorismo e o embuste são os meios e o "Estado Regente" é o objetivo.

À luz das considerações anteriores, é imperativo que a verdade sobre Mr. Begin e seu movimento seja tornado conhecido neste país. É de toda maneira trágico que a liderança maior do sionismo americano tenha se recusado a participar da campanha contra os esforços de Begin, ou mesmo de expor aos seus constituintes os perigos para Israel do apoio a Begin. Os abaixo assinados, portanto, através deste meio de publicidade apresentam alguns fatos salientes que dizem respeito a Begin e seu Partido; e recomendam a todos os interessados a não apoiarem esta última manifestação do fascismo.

Nova Iorque, 2 de dezembro de 1948.

Assinaturas
Isidore Abramowitz, Hannah Arendt, Abraham Brick, Rabbi Jessurun Cardozo, Albert Eistein, Herman Eisen, M.D., Hayim Fineman, M. Gallen, M.D., HH. Harris, Zelig S. Harris, Sidney Hook, Fred Karush, Bruria Kaufman, Irma L. Lindheim, Nachman Maisel, Seymour Melmam, Myer D. Mendelson, M.D., Harry M. Oslinsky, Samuel Pitlick, Friitz Rohrlich, Louis P. Rocker, Ruth Sagis, Itzhak Sankowsky, I.J. Shoenberg, Samuel Shuman, M. Singer, Irma Wolfe, Stefan Wolfe.
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